domingo, 6 de dezembro de 2009

IGREJA CATÓLICA: A PRINCIPAL INSTITUIÇÃO DO MUNDO FEUDAL

Instrumento de tortura utilizado pela Igreja Católica durante a Inquisição: roda de despedaçamento. Esse instrumento produzia um sistema de morte horrível. O réu era amarrado com as costa na parte externa da roda. Sob ela colocavam-se brasas, e o carrasco, girando a roda cheia de pontas, fazia com que o condenado morresse praticamente assado. Em outros casos, no lugar de brasas se colocavam instrumentos pontudos, de maneira que o corpo ia sendo dilacerado à medida que se movimentava a roda.

Ao contrário do que muitos pensam, a Igreja Católica não se restringiu como a principal instituição do mundo feudal, se tornando a principal instituição de todos os tempos.

Em relação ao mundo feudal, a Igreja foi responsável por manter a ordem social da época, ou seja, a dos que trabalham, os que lutam e os que somente rezam; porém séculos depois esta ordem passou a ser contestada e conseqüentemente perdia cada vez mais seu fundamento, por sua vez, aqueles que contestavam os dogmas da Igreja eram considerados ateus e hereges, portanto eram condenados à morte, caso não fossem mortos, eram torturados até confessarem seus pecados, ou assumirem crimes que na verdade não cometeram.

A Igreja Católica manteve-se intacta durante o feudalismo, se escondendo atrás dos instrumentos de tortura, das cruzadas e da própria prática de alienação do povo durante suas celebrações e até mesmo em suas escolas. Em resumo, a Igreja Católica manteve-se intocável por muitos séculos durante o feudalismo, justamente por estar sempre do lado mais forte, e não por exercitar a caridade e praticar a bondade.

Vide Joana d’Arc, ao analisarmos a trajetória dessa francesa e sua atuação na Guerra dos Cem Anos, podemos enxergar nitidamente como a Igreja Católica manipula a população e sempre tende ao lado mais forte. Vítima de um complô político, Joana d’Arc foi torturada pela Igreja na França e entregue aos ingleses, que a queimaram em praça pública. Percebendo que a sua reputação estava em decadência e que o nome de Joana ganhara forte apelo popular, a Igreja Católica decidiu por beatificá-la, ignorando o fato de tê-la condenado por bruxaria e subversão.

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OS CRIMES DA IGREJA CATÓLICA

A Igreja Católica perseguiu, torturou e matou vários de seus inimigos, ou quem ela entendesse como inimigo, acusando-os de hereges e pecadores, desde a Idade Média até os dias de hoje.


Anderson Alcântara, publicado no Recanto das Letras em 06/12/2008.

Poucas instituições no mundo ao longo da história são responsáveis por tantos crimes e acobertamentos de crimes como a Santa Igreja Católica. O farto cardápio inclui desde mortes na fogueira a pedofilia. Para o imaginário popular, a Igreja é imaculada e se situa num patamar de santidade, portanto, imune aos pecados temporais. Isso se deve em parte à imagem que a instituição forjou ao longo dos tempos, algumas vezes cobrando preço de sangue e traumas irrecuperáveis.

Vamos aos fatos. Com a invenção das famigeradas cruzadas, os cavaleiros da fé saquearam, torturaram e mataram milhares de seres humanos. Eliminaram os homens do mau para impor a Santa Verdade. Em 1099, por exemplo, ao entrar em Jerusalém para expulsar os muçulmanos, os líderes da cruzada, massacraram 70 mil pessoas. O rei Luiz, da França, tido como um santo católico tinha uma prática mais sutil: levava os blasfemadores a pelourinhos e os matava com ferros em brasas, que transpassavam suas línguas. Segundo ele, esses não voltariam a blasfemar.

Em 1231, a Igreja fundou a sua máquina de extermínio: a Santa Inquisição. Por ela passaram quase 1 milhão de pessoas, essencialmente hereges, judeus, muçulmanos e “bruxos”. Precursor de Hitler, o religioso Diego Rodrigues Lucero queimou vivos 107 judeus convertidos ao cristianismo. Isso sem falar na cobrança de indulgências, loteamento do céu e aplicação de preços monetários para que os fiéis chegassem ao Paraíso. Tudo em nome de Deus.

Na Idade Média, a Igreja havia proibido que mulheres cantassem no coral das igrejas. Para não ficar sem as necessárias vozes sopranos, os representantes de Deus encontraram uma solução ungida: castrar jovens meninos cuja voz tenha sido considerada bela. Assim, nos corais da Santa Igreja não faltariam nunca os sopranos e contraltos.

Mas não é só sob o manto do passado que se esconde a ficha criminal da Santa Sé. Adaptada ao presente, o único senão é a proibição de mandar gente para a fogueira. Duas modalidades veneradas por padres atualmente são a pedofilia e o abuso sexual de mulheres. Só nos Estados Unidos, recentemente foi constatado que 1,2 mil sacerdotes teriam abusado de mais de 4 mil crianças. O lamaçal que envolveu 161 dioceses, desmoronou algumas delas, que tiveram que ser fechadas para pagar indenizações às vítimas. O abuso à mulheres também é comum nas paróquias mundiais. A socióloga da religião, Regina Soares Juskewicz lançou um pouco de luz nas trevas paroquiais. Num aprofundado estudo, ela analisou 21 casos de abusos dessa natureza e constatou que a prioridade da Igreja nesse tipo de crime é acobertá-lo a qualquer custo. Há até um decálogo que ensina os líderes a agir em face de abusos sexuais envolvendo padres. Nele inclui subornar a vítima em troca do silêncio, desqualificação pública da vítima e exaltação das qualidades do agressor, como bom prestador de serviços à comunidade. No último mandamento, a Igreja se posiciona do lado do agressor e faz todos os esforços para que o crime seja jogado no mar do esquecimento.

A Igreja não se importa de conviver com um rosário de pecados. O importante é não gerar escândalo. Em outras palavras: peque, mas esconda a sete chaves. O problema é que abuso de mulheres e crianças não é simplesmente pecado contra as leis divinas. É crime, sujeito a punição terrena, que inclui prisão e indenização da vítima.


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SEM-NÚMERO DE FILHOS DO BRASIL

A temática do filme “Lula, o Filho do Brasil” está voltada aos sofrimentos e provações, quais o atual presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, passou durante sua infância no sertão pernambucano de Caetés, e especialmente durante sua trajetória como sindicalista e político depois de vir para São Paulo.

Criticamente falando; para passar sua mensagem, o filme de Lula lança mão de forte sentimentalismo e apelo popular, além de não retratar com fidelidade sua vida e carreira. O filme elimina todos os seus defeitos e erros, tornando o protagonista um ser praticamente perfeito. Por outro lado; no âmbito político, há especulações sobre os interesses eleitorais acerca do filme, sabendo que 2010 teremos eleições presidenciais, críticos suspeitam que o lançamento de “Lula, o Filho do Brasil” poderá render resultados favoráveis à “suposta” candidata a presidência da República pelo PT e atual ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff.

Lula, o Filho do Brasil” é um filme carregado de aspectos culturais do nosso país, principalmente da região Nordeste, sendo que ao mesmo tempo, mostra as condições de periferização e marginalidade qual vive um sem-número de filhos do Brasil, assolados pela seca no sertão nordestino, com o mínimo de dignidade e desprovidos do básico e essencial para sua subsistência. Mas no final de todo este enredo, qual é a moral da história? O que este filme propõe para centenas de jovens que assim como Lula, têm a mesma ilusão, desejo, ou necessidade de deixarem sua terra, na esperança de tentar a sorte em São Paulo?

Neste sentido podemos afirmar que “Lula, o Filho do Brasil” não trabalhou a idéia da migração da melhor forma possível, podendo até ter cometido um equívoco, ou ter sido tendencioso, pois acompanhada da história de vida do presidente, vem uma ilusão, qual os jovens abraçam com toda expectativa, e acabam não percebendo que nem todos os nordestinos que chegam em São Paulo vêm a ser tornar políticos importantes, ou ocupar algum cargo de prestígio, muito pelo contrário, a grande maioria deles acaba sendo vítima de mais violência, continua sendo marginalizada, cruelmente massacrada pelo sistema, refém da árdua rotina urbana e de um círculo vicioso chamado capitalismo.

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LULA, O FILHO DO BRASIL

Cena do filme "Lula, o Filho do Brasil", do diretor Fábio Barreto, que narra a trajetória do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

"Este artigo trata, antes de tudo, de relações humanas e é, antes de tudo, uma denúncia do círculo vicioso da extrema pobreza e da violência que oprime um sem-número de filhos do Brasil".

CÉSAR BENJAMIN ESPECIAL PARA A FOLHA.

A prisão na Polícia do Exército da Vila Militar, em setembro de 1971, era especialmente ruim: eu ficava nu em uma cela tão pequena que só conseguia me recostar no chão de ladrilhos usando a diagonal. A cela era nua também, sem nada, a menos de um buraco no chão que os militares chamavam de "boi"; a única água disponível era a da descarga do "boi". Permanecia em pé durante as noites, em inúteis tentativas de espantar o frio. Comia com as mãos. Tinha 17 anos de idade.

Um dia a equipe de plantão abriu a porta de bom humor. Conduziram-me por dois corredores e colocaram-me em uma cela maior onde estavam três criminosos comuns, Caveirinha, Português e Nelson, incentivados ali mesmo a me usar como bem entendessem. Os três, porém, foram gentis e solidários comigo. Ofereceram-me logo um lençol, com o qual me cobri, passando a usá-lo nos dias seguintes como uma toga troncha de senador romano.

Oriundos de São Paulo, Caveirinha e Português disseram-me que "estavam pedidos" pelo delegado Sérgio Fleury, que provavelmente iria matá-los. Nelson, um mulato escuro, passava o tempo cantando Beatles, fingindo que sabia inglês e pedindo nossa opinião sobre suas caprichadas interpretações. Repetia uma idéia, pensando alto: "O Brasil não dá mais. Aqui só tem gente esperta. Quando sair dessa, vou para o Senegal. Vou ser rei do Senegal".

Voltei para a solitária alguns dias depois. Ainda não sabia que começava então um longo período que me levou ao limite.

Vegetei em silêncio, sem contato humano, vendo só quatro paredes -"sobrevivendo a mim mesmo como um fósforo frio", para lembrar Fernando Pessoa- durante três anos e meio, em diferentes quartéis, sem saber o que acontecia fora das celas. Até que, num fim de tarde, abriram a porta e colocaram-me em um camburão. Eu estava sendo transferido para fora da Vila Militar. A caçamba do carro era dividida ao meio por uma chapa de ferro, de modo que duas pessoas podiam ser conduzidas sem que conseguissem se ver. A vedação, porém, não era completa. Por uma fresta de alguns centímetros, no canto inferior à minha direita, apareceram dedos que, pelo tato, percebi serem femininos.

Fiquei muito perturbado (preso vive de coisas pequenas). Há anos eu não via, muito menos tocava, uma mulher. Fui desembarcado em um dos presídios do complexo penitenciário de Bangu, para presos comuns, e colocado na galeria F, "de alta periculosia", como se dizia por lá. Havia 30 a 40 homens, sem superlotação, e três eram travestis, a Monique, a Neguinha e a Eva. Revivi o pesadelo de sofrer uma curra, mas, mais uma vez, nada ocorreu. Era Carnaval, e a direção do presídio, excepcionalmente, permitira a entrada de uma televisão para que os detentos pudessem assistir ao desfile.

Estavam todos ocupados, torcendo por suas escolas. Pude então, nessa noite, ter uma longa conversa com as lideranças do novo lugar: Sapo Lee, Sabichão, Neguinho Dois, Formigão, Ari dos Macacos (ou Ari Navalhada, por causa de uma imensa cicatriz que trazia no rosto) e Chinês. Quando o dia amanheceu éramos quase amigos, o que não impediu que, durante algum tempo, eu fosse submetido à tradicional série de "provas de fogo", situações armadas para testar a firmeza de cada novato.

Quando fui rebatizado, estava aceito. Passei a ser o Devagar. Aos poucos, aprendi a "língua de congo", o dialeto que os presos usam entre si para não serem entendidos pelos estranhos ao grupo.

Com a entrada de um novo diretor, mais liberal, consegui reativar as salas de aula do presídio para turmas de primeiro e de segundo grau. Além de dezenas de presos, de todas as galerias, guardas penitenciários e até o chefe de segurança se inscreveram para tentar um diploma do supletivo. Era o que eu faria, também: clandestino desde os 14 anos, preso desde os 17, já estava com 22 e não tinha o segundo grau. Tornei-me o professor de todas as matérias, mas faria as provas junto com eles.

Passei assim a maior parte dos quase dois anos que fiquei em Bangu. Nos intervalos das aulas, traduzia livros para mim mesmo, para aprender línguas, e escrevia petições para advogados dos presos ou cartas de amor que eles enviavam para namoradas reais, supostas ou apenas desejadas, algumas das quais presas no Talavera Bruce, ali ao lado. Quanto mais melosas, melhor.

Como não havia sido levado a julgamento, por causa da menoridade na época da prisão, não cumpria nenhuma pena específica. Por isso era mantido nesse confinamento semiclandestino, segregado dos demais presos políticos. Ignorava quanto tempo ainda permaneceria nessa situação.

Lembro-me com emoção - toda essa trajetória me emociona, a ponto de eu nunca tê-la compartilhado - do dia em que circulou a notícia de que eu seria transferido. Recebi dezenas de catataus, de todas as galerias, trazidos pelos próprios guardas. Catatau, em língua de congo, é uma espécie de bilhete de apresentação em que o signatário afiança a seus conhecidos que o portador é "sujeito-homem" e deve ser ajudado nos outros presídios por onde passar.

Alguns presos propuseram-se a organizar uma rebelião, temendo que a transferência fosse parte de um plano contra a minha vida. A essa altura, já haviam compreendido há muito quem eu era e o que era uma ditadura.

Eu os tranqüilizei: na Frei Caneca, para onde iria, estavam os meus antigos companheiros de militância, que reencontraria tantos anos depois. Descumprindo o regulamento, os guardas permitiram que eu entrasse em todas as galerias para me despedir afetuosamente de alunos e amigos. O Devagar ia embora.

São Paulo, 1994. Eu estava na casa que servia para a produção dos programas de televisão da campanha de Lula. Com o Plano Real, Fernando Henrique passara à frente, dificultando e confundindo a nossa campanha.

Nesse contexto, deixei trabalho e família no Rio e me instalei na produtora de TV, dormindo em um sofá, para tentar ajudar. Lá pelas tantas, recebi um presente de grego: um grupo de apoiadores trouxe dos Estados Unidos um renomado marqueteiro, cujo nome esqueci. Lula gravava os programas, mais ou menos, duas vezes por semana, de modo que convivi com o americano durante alguns dias sem que ele houvesse ainda visto o candidato.

Dizia-me da importância do primeiro encontro, em que tentaria formatar a psicologia de Lula, saber o que lhe passava na alma, quem era ele, conhecer suas opiniões sobre o Brasil e o momento da campanha, para então propor uma estratégia. Para mim, nada disso fazia sentido, mas eu não queria tratá-lo mal. O primeiro encontro foi no refeitório, durante um almoço.

Na mesa, estávamos eu, o americano ao meu lado, Lula e o publicitário Paulo de Tarso em frente e, nas cabeceiras, Espinoza (segurança de Lula) e outro publicitário brasileiro que trabalhava conosco, cujo nome também esqueci. Lula puxou conversa: "Você esteve preso, não é Cesinha?" "Estive." "Quanto tempo?" "Alguns anos...", desconversei (raramente falo nesse assunto). Lula continuou: "Eu não agüentaria. Não vivo sem boceta".

Para comprovar essa afirmação, passou a narrar com fluência como havia tentado subjugar outro preso nos 30 dias em que ficara detido. Chamava-o de "menino do MEP", em referência a uma organização de esquerda que já deixou de existir. Ficara surpreso com a resistência do "menino", que frustrara a investida com cotoveladas e socos.

Foi um dos momentos mais kafkianos que vivi. Enquanto ouvia a narrativa do nosso candidato, eu relembrava as vezes em que poderia ter sido, digamos assim, o "menino do MEP" nas mãos de criminosos comuns considerados perigosos, condenados a penas longas, que, não obstante essas condições, sempre me respeitaram.

O marqueteiro americano me cutucava, impaciente, para que eu traduzisse o que Lula falava, dada a importância do primeiro encontro. Eu não sabia o que fazer. Não podia lhe dizer o que estava ouvindo. Depois do almoço, desconversei: Lula só havia dito generalidades sem importância. O americano achou que eu estava boicotando o seu trabalho. Ficou bravo e, felizmente, desapareceu.

Dias depois de ter retornado para a solitária, ainda na PE da Vila Militar, alguém empurrou por baixo da porta um exemplar do jornal "O Dia". A matéria da primeira página, com direito a manchete principal, anunciava que Caveirinha e Português haviam sido localizados no bairro do Rio Comprido por uma equipe do delegado Fleury e mortos depois de intensa perseguição e tiroteio. Consumara-se o assassinato que eles haviam antevisto.

Nelson, que amava os Beatles, não conseguiu ser o rei do Senegal: transferido para o presídio de Água Santa, liderou uma greve de fome contra os espancamentos de presos e perseverou nela até morrer de inanição, cerca de 60 dias depois. Seu pai guarda penitenciário, servia naquela unidade.

Neguinho Dois também morreu na prisão. Sapo Lee foi transferido para a Ilha Grande; perdi sua pista quando o presídio de lá foi desativado. Chinês foi solto e conseguiu ser contratado por uma empreiteira que o enviaria para trabalhar em uma obra na Arábia, mas a empresa mudou os planos e o mandou para o Alasca. Na última vez que falei com ele, há mais de 20 anos, estava animado com a perspectiva do embarque: "Arábia ou Alasca, Devagar, é tudo as mesmas Alemanhas!" Ele quis ir embora para escapar do destino de seu melhor amigo, o Sabichão, que também havia sido solto, novamente preso e dessa vez assassinado. Não sei o que aconteceu com o Formigão e o Ari Navalhada.

A todos, autênticos filhos do Brasil, tão castigados, presto homenagem, estejam onde estiverem, mortos ou vivos, pela maneira como trataram um jovem branco de classe média, na casa dos 20 anos, que lhes esteve ao alcance das mãos. Eu nunca soube quem é o "menino do MEP". Suponho que esteja vivo, pois a organização era formada por gente com o meu perfil. Nossa sobrevida, em geral, é bem maior do que a dos pobres e pretos.

O homem que me disse que o atacou é hoje presidente da República. É conciliador e, dizem, faz um bom governo. Ganhou projeção internacional. Afastei-me dele depois daquela conversa na produtora de televisão, mas desejo-lhe sorte, pelo bem do nosso país. Espero que tenha melhorado com o passar dos anos.

Mesmo assim, não pretendo assistir a "O Filho do Brasil", que exala o mau cheiro das mistificações. Li nos jornais que o filme mostra cenas dos 30 dias em que Lula esteve detido e lembrei das passagens que registrei neste texto, que está além da política. Não pretende acusar, rotular ou julgar, mas refletir sobre a complexidade da condição humana, justamente o que um filme assim, a serviço do culto à personalidade, tenta esconder.

CÉSAR BENJAMIN, 55, militou no movimento estudantil secundarista em 1968 e passou para a clandestinidade depois da decretação do Ato Institucional nº 5, em 13 de dezembro desse ano, juntando-se à resistência armada ao regime militar. Foi preso em meados de 1971, com 17 anos, e expulso do país no final de 1976. Retornou em 1978. Ajudou a fundar o PT, do qual se desfiliou em 1995. Em 2006 foi candidato a vice-presidente na chapa liderada pela senadora Heloísa Helena, do PSOL, do qual também se desfiliou. Trabalhou na Fundação Getulio Vargas, na Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência, na Prefeitura do Rio de Janeiro e na Editora Nova Fronteira. É editor da Editora Contraponto e colunista da Folha.

Fonte: http://www1.folha.uol.com.br/fsp/brasil/fc2711200908.htm

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sexta-feira, 20 de novembro de 2009

DIA NACIONAL DA CONSCIÊNCIA NEGRA – HOMENAGEM A ZUMBI DOS PALMARES

Zumbi dos Palmares.
  • Sua vida: Zumbi dos Palmares nasceu no estado de Alagoas no ano de 1655. Foi um dos principais representantes da resistência à escravidão na época do Brasil Colonial. Foi líder do Quilombo dos Palmares, comunidade livre formada por escravos fugitivos das fazendas, sob seu comando o quilombo alcançou uma população de aproximadamente trinta mil pessoas. Embora tenha nascido livre, foi capturado quando tinha por volta de sete anos de idade. Entregue a um padre católico, recebeu o batismo e ganhou o nome de Francisco. Aprendeu a língua portuguesa e a religião católica, mas aos 15 anos, voltou a viver no quilombo, pois percebera as intenções tortuosas da Igreja Católica, sendo mais uma vítima do imperialismo católico. Portanto o dia 20 de novembro é, independentemente da nossa etnia, um dia de exaltar nossas origens, e exaltar, sobretudo, nossas lutas quase que diárias, pela liberdade de informação, religião e cultura.
  • As Conquistas Alcançadas pelos negros sob comando de Zumbi: Em 1680, com 25 anos de idade, Zumbi torna-se líder do Quilombo dos Palmares, comandando a resistência contra as topas do governo. Sob seu comando, a comunidade cresceu e se fortaleceu, obtendo várias vitórias. Não bastando, o líder Zumbi mostrou grande habilidade no planejamento e organização do quilombo, além de coragem e conhecimentos militares.
  • O quê Zumbi representa para a história do Brasil: Zumbi dos Palmares é considerado um dos grandes líderes de nossa história. Símbolo máximo da resistência e luta contra a escravidão, inclusive, protagonizou diversas lutas pela liberdade de culto, religião e prática da cultura africana no Brasil Colonial.
  • A importância de se comemorar o Dia da Consciência Negra: Esta data é uma oportunidade para a sociedade refletir sobre a cultura afro-brasileira, a sua história, contribuições, as lutas de Zumbi dos Palmares e as discussões atuais sobre o preconceito, e principalmente sobre o respeito aos nossos semelhantes. Além disso, esta é uma data que serve como um momento de conscientização sobre a importância da cultura e do povo africano na formação da identidade e da cultura nacional brasileira. Os africanos colaboraram muito, durante a história do nosso país, nos aspectos políticos, sociais, gastronômicos e religiosos. Este é um dia que devemos comemorar nas escolas, nos espaços culturais e em diversos outros locais, dando o devido valor à cultura afro-brasileira. O Dia Nacional da Consciência Negra, foi estabelecido pelo projeto lei número 10.639, no dia 9 de janeiro de 2003. Foi escolhida a data de 20 de novembro porque foi neste dia, no ano de 1695, que morreu Zumbi.
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quarta-feira, 18 de novembro de 2009

BIODIVERSIDADE AMEAÇADA - OS SINAIS DO DECLÍNIO

  • O mundo perdeu metade de suas áreas inundáveis – responsáveis pela boa qualidade da água e alta biodiversidade – no último século.
  • A extração de madeira e a conversão em áreas agrícolas já consumiu metade das florestas mundiais.
  • O desmatamento nos trópicos supera 130 mil Km2 anuais.
  • Cerca de 9% das espécies de árvore estão ameaçadas de extinção.
  • Aproximadamente 70% dos principais estoques pesqueiros marinhos são superexplorados ou estão no seu limite biológico.
  • O ritmo de crescimento da pesca está 40% acima do que os oceanos podem sustentar.
  • Praticamente todas as terras numa margem de 100 Km das zonas costeiras foram de alguma forma alteradas para uso agrícola ou urbano, produzindo impactos ambientais negativos.
  • A degradação dos solos já afetou dois terços das terras agricultáveis, nos últimos 50 anos.
  • Cerca de 30% das florestas originais do mundo foram transformadas em áreas agrícolas.
  • Barragens, canais e desvios fragmentam quase 60% dos maiores rios mundiais.
  • Cerca de 20% dos peixes de água doce estão extintos ou ameaçados.
  • Em torno de 500 milhões hectares de savanas, campos e florestas abertas da zona tropical e sub-tropical queimam todos os anos.
  • Desde 1980, a economia global já triplicou e a população cresceu 30%, alcançando a incrível marca de 6 bilhões de pessoas.
  • Mais de 2,3 bilhões de pessoas convivem com a escassez de água potável.

Os domínios morfoclimáticos (biomas) apresentam características próprias, variando em seus principais aspectos como: clima, solo, cobertura vegetal e fauna, sendo assim, concluímos a real importância dessa biodiversidade, especialmente no Brasil, para o equilíbrio da natureza.

A biodiversidade está cada vez mais ameaçada, refém do desmatamento, da poluição industrial, da escassez de água potável, do crescimento urbano desenfreado e do “aquecimento global”; contudo este é o valor que estamos pagando pelo “desenvolvimento”, aliás, é um valor muito alto não? Além do mais, que desenvolvimento é este que estamos buscando?

Atualmente da segunda maior floresta brasileira, ou seja, a Mata Atlântica, restam apenas cerca de 5 % (52.000 Km2) de sua extensão original (1,3 milhão de Km2).

Até quando esta afirmação fará parte da nossa realidade? Até o dia em que não haverá mais árvores para cortar? Ou até o dia em que nós passarmos a exercitar a consciência e perceber que o desmatamento de um ano não vai ser abonado em dois, três, ou dez anos? Perceber que a poluição de dez anos vai nos perseguir por mais de vinte, trinta, quiçá cinqüenta anos?

Este é o momento de entendermos que quando a biodiversidade é ameaçada, o planeta também é ameaçado, portanto a vida humana é ameaçada.

Vamos refletir também sobre as medidas de compensação ambiental, elas realmente funcionam? Ou apenas remediam um mal iminente, financiado por nós mesmos?

Esta é a hora de promover mudanças, informar-se sobre os problemas ambientais da atualidade, discutir seus aspectos políticos e compreender a dinâmica natural do nosso país e do nosso planeta, e com certeza, este é o primeiro e mais importante passo que podemos dar.

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TRANSPOSIÇÃO DO RIO SÃO FRANCISCO

As obras transposição do Rio São Francisco são um tema polêmico que divide opiniões, mas a questão principal e que deve ser discutida com bastante clareza são as vantagens e as desvantagem para a população a partir da concretização desse projeto, sobretudo, devemos nos questionar: a quem interessa a transposição do rio, a quem o governo está realmente interessado a ajudar?

De acordo com o geógrafo Aziz Ab’Sáber, as maiores vantagens estarão relacionadas com os latifundiários e propriedades agropastoris, enquanto que os maiores prejudicados, quando as águas chegarem nos rios até então secos, serão os pobres vazenteiros.

A transposição é bastante vantajosa para os latifundiários, pois a partir do momento que as águas começarem a ser transpostas para suas propriedades, eles não precisarão mais comprar água de caminhões-pipa e suas terras serão mais valorizadas.

Por outro lado, os vazenteiros são extremamente dependentes dos ciclos de cheias e estiagens dos afluentes do Rio São Francisco, sendo assim, eles entendem a importância da água e a usam com responsabilidade. Porém vamos enfocar mais uma vez a questão referente às vantagens e desvantagens para essa população, que na verdade não necessita deste investimento específico na transposição do São Francisco, uma vez que o ciclo de chuvas e estiagens é muito mais apropriado para a agricultura de subsistência desse povo.

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domingo, 15 de novembro de 2009

QUEM TEM RAZÃO?

Em nossa vida cotidiana, usamos a palavra razão em muitos sentidos e em muitos contextos:

  • Certeza: Quando dizemos “Eu tenho a razão”, conseqüentemente estamos afirmando certeza e coerência sobre algo qual falamos, fazemos, ou pensamos.
  • Lucidez: Quando falamos “Ela está lúcida, recuperou a razão” desta forma estamos afirmando que determinada pessoa passou a agir de forma racional, tal fato por sua vez está associado à lucidez.
  • Motivo e causa: Quando perguntamos: “Qual é a razão de estar fazendo isso?” empregamos a palavra razão na finalidade de descobrir os motivos ou causas que levaram determinada pessoa a praticar tal ato.

De acordo com a célebre frase de Pascal, filósofo francês do século XVII: “O coração tem razões que a razão desconhece”, há diferenças entre razões e razão, enquanto as razões tratam-se dos motivos do coração, ou seja, as emoções e paixões, a razão, propriamente dita, é o nome que damos à consciência intelectual, moral e ética.

A consciência é a razão. Se alguém “perde a razão” é porque está sendo influenciado pelas “razões do coração”. Se alguém “recupera a razão” é porque o conhecimento intelectual e a consciência moral e ética tornaram-se dominantes sobre as paixões. Em resumo, a razão, como consciência moral e ética, é a vontade racional livre, que não se deixa dominar pelos impulsos passionais, realizando ações corretas, ditadas pela inteligência e pelo intelecto.

Fonte: FILOSOFIA - CHAUI, Marilena.

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segunda-feira, 9 de novembro de 2009

PARALELO ENTRE MARX E FREUD

No século XIX, o otimismo filosófico levava a filosofia a afirmar que, enfim, os seres humanos haviam suplantado a superstição, as explicações mágicas e fantásticas da realidade e alcançado a maioridade racional. Acredita também que a razão se desenvolvia plenamente para que o conhecimento completo da realidade e das ações humanas fosse atingido.

No entanto, Marx (1818-1883) e Freud (1856-1939) puseram em questão esse otimismo racionalista. Marx e Freud, cada qual em seu campo de investigação e cada qual voltado para diferentes aspectos da ação humana – Marx, voltado para a economia e a política; Freud, voltado para as perturbações e os sofrimentos psíquicos –, fizeram descobertas que, até hoje, continuam impondo questões filosóficas. Que descobriram eles?

Marx descobriu que temos a ilusão de estar pensando com nossa própria cabeça e agindo por nossa própria vontade de maneira racional e livre, de acordo com nosso entendimento e nossa liberdade, porque desconhecemos as condições econômicas e sociais nas quais a classe social que domina a sociedade exerce seu poder sobre as mentes de todos, fazendo com que suas idéias pareçam ser verdadeiras e universais, válidas para todas as classes sociais. Esse poder social invisível que nos força a pensar como pensamos e agir como agimos foi chamado por ele de ideologia.

Freud, por sua vez, mostrou que os seres humanos têm a ilusão de que tudo quanto pensam, fazem, sentem e desejam, tudo quanto dizem ou calam estaria sob o pleno controle de nossa consciência porque desconhecemos a existência de uma força invisível, de um poder – que é psíquico e social – que atua sobre nossa consciência sem que ela o saiba. A esse poder que domina e controla invisível e profundamente nossa vida consciente ele deu o nome de inconsciente.

Fonte: FILOSOFIA - CHAUI, Marilena.

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quinta-feira, 5 de novembro de 2009

TOME NOTA: SENSO DE JUSTIÇA

Imperador Justiniano I (483-565)

Mesmo seguindo boa parte das clausulas do antigo Código do Direito Romano, Justiniano conseguiu ampliar e revolucionar algumas idéias até então pouco incorporadas e discutidas, com o surgimento do chamado Código de Justiniano, originou-se uma base política mais sólida e clara, especialmente se tratando do senso de justiça, onde as diversas e possíveis personificações do poder eram dirigidas a fim de propiciar o bem-estar da população.

Numa atividade de reflexão, podemos identificar semelhanças e diferenças entre o Código de Justiniano e a nossa Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Conseguimos ponderar que alguns conceitos de justiça são iguais nos dois códigos, outros foram aprimorados, e existem também aqueles que sofreram alterações com o propósito de abrir brechas para a impunidade, portanto não podem ser considerados totalmente justos e coesos.

Algumas Normas:

  • Código de Justiniano: Ninguém é forçado a defender uma causa contrária a sua vontade.
  • Constituição Brasileira de 1988: Ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude da lei.

Neste paralelo, podemos analisar que Justiniano preservava a vontade individual dos cidadãos e a mesma está acima dos fluxos estabelecidos pelo Estado. Já em nossa atual conjuntura acontece o contrário, pois o Estado se coloca como a instância mais elevada do país.

  • Código de Justiniano: O encargo da prova fica com aquele que afirma e não com o que nega.
  • Constituição Brasileira de 1988: Aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral são assegurados o contraditório e ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes.
Segundo a nossa Constituição, ao acusado e ao acusador são asseguradas as mesmas condições diante do júri, mas esta medida pode abrir brechas para que o verdadeiro culpado não seja punido, isso implica que causas fúteis, que podem ser resolvidas racionalmente cheguem ao litígio. Já o Código de Justiniano, neste sentido, pode parecer mais injusto para com o acusador, mas com suas medidas mais criteriosas inibe que cheguem ao júri processos escusos, que levariam a defasagem da justiça, sendo assim, casos realmente importantes e de grande relevância para toada a população nem chegariam a ser analisados e muitos aprovado aprovados.

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O COMUNISMO PARA KARL MARX

  • Proletários e Comunistas

Qual a relação dos comunistas com os proletários em geral? Eles não formam um partido à parte diante dos outros partidos operários. Não têm interesses distintos do conjunto do proletariado, nem princípios especiais para modelar o movimento proletário.

Na prática, os comunistas são o setor mais resoluto dos partidos operários de todos os países, que impulsiona sempre mais para frente.

O objetivo dos comunistas é o mesmo que o de todos os demais partidos proletários: constituição do proletariado em classe, derrubada da dominação da burguesia, conquista do poder político pelo proletariado.

As proposições teóricas dos comunistas são a expressão geral das condições efetivas de uma luta de classes já existente, de um movimento histórico que se desenrola sob nossos olhos.

A característica do comunismo não é a abolição da propriedade em geral, mas apenas da propriedade burguesa. Por isso, os comunistas têm sido acusados de querer abolir a propriedade adquirida pessoalmente, fruto do trabalho próprio trabalho e mérito pessoal.

A moderna propriedade privada burguesa é a última e mais perfeita expressão da fabricação e apropriação dos produtos, que se baseia em antagonismos de classe, na exploração de uns por outros.

Trata-se por acaso da propriedade do pequeno burguês, do pequeno camponês, essa forma de propriedade que antecedeu a propriedade burguesa? Não temos necessidade de aboli-la, pelo simples fato de que o desenvolvimento da indústria já a aboliu e continua a aboli-la diariamente.

Ou se trata da moderna propriedade privada burguesa? Mas por acaso o trabalho assalariado, o trabalho do proletário cria propriedade para o próprio proletário? Não. De maneira alguma, o que esse trabalho cria é capital, isto é, a propriedade que explora o trabalho assalariado e que só pode aumentar com a condição de produzir novo trabalho assalariado, para voltar a explorá-lo. A propriedade em sua forma atual se funda no antagonismo entre capital e trabalho assalariado. O capital é um produto coletivo e só pode ser colocado em movimento pela atividade comum de todos os membros da sociedade. O capital, portanto não é uma potência pessoal; é uma potência social.

Na sociedade burguesa, portanto, o trabalho vivo é apenas um meio de aumentar o trabalho acumulado. Na sociedade comunista o trabalho acumulado é apenas um meio para tornar mais amplo, mais rico e mais fácil o ritmo de vida dos operários. Na sociedade burguesa, portanto, o passado domina o presente, o comunismo, porém acaba com as verdades eternas, acaba com a religião e a moral, ao invés de lhes dar uma nova forma, e por isso contradiz todo o desenvolvimento histórico anterior. Na sociedade comunista, o presente domina o passado. Na sociedade burguesa, o capital é independente e tem personalidade, enquanto o indivíduo que trabalha não tem independência nem personalidade.

Vocês nos censuram, por querermos abolir uma propriedade cuja condição é a ausência de qualquer propriedade para a imensa maioria dos homens. Vocês nos censuram, na verdade, por isso queremos abolir suas propriedades, de fato é exatamente isto que queremos.

O comunismo não priva ninguém do poder de se apropriar dos produtos sociais, o que quer é apenas eliminar o poder de subjugar o trabalho alheio por meio dessa apropriação.

Objeta-se ainda que, com a abolição da propriedade privada, toda a atividade cessaria e um estado de preguiça geral se difundiria. Se assim fosse, a sociedade burguesa teria há muito tempo perecido de indolência, pois nela, os que trabalham não ganham e os que ganham não trabalham.

Todas as objeções feitas ao modo comunista de produção e de apropriação dos produtos materiais têm sido feitas igualmente à produção intelectual.

Os comunistas também são acusados de quererem suprimir a pátria, a nacionalidade, Os operários não têm pátria. Não lhes pode tomar aquilo que não têm. Como, no entanto, o proletariado deve, em primeiro lugar, conquistar o poder político, elevar-se à condição de classe nacional, constituir-se ele mesmo em nação, ele é ainda nacional, embora de forma alguma no sentido burguês.

A revolução comunista é a ruptura mais radical com as relações de propriedade tradicionais, certas reformas de consciência poderão dissolver completamente com o desaparecimento dos antagonismos de classes.

Fonte: MANIFESTO COMUNISTA – MARX, Karl e ENGELS, Friedrich.

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