segunda-feira, 22 de junho de 2009

POR QUÊ COMUNISMO?

Vamos viajar pelos livros de história, retroceder até a origem do marxismo e o início da Revolução Russa, a fim de descobrir o por quê da existência do comunismo e as suas razões necessárias, como forma emergente para se lutar com o capital e contra a mistificação dos valores e as futilidades do preconceito.
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Uma das mais comuns alegações sobre o marxismo diz, que a teoria é maravilhosa, mas na prática, acaba não funcionando.
Segundo a teoria marxista, de nada vale o socialismo se for aplicado em uma região isolada, de acordo com Karl Marx, o socialismo é uma tendência que deve ser adotada em todos os países do mundo. Esse exemplo de socialismo “isolado”, nos remete a situação de Cuba, é muito louvável a determinação do governo ao resistir ao embargo econômico, e mesmo assim, se autenticando como um país modelo em todo o mundo na questão de saúde e educação.

As novas gerações esqueceram a fuga dos nacionalistas chineses para Formosa, a invasão do Tibet em 1959, a invasão da Hungria em 1956, a invasão da Checoslováquia em 1968, a do Afeganistão em 1979. Todas para calar a boca de povos que lutavam pela liberdade. Coisa de russo e de chinês, mas o problema é que não temos outros exemplos de socialismo aplicados em grande escala no mundo.
Justamente pelo fato do verdadeiro socialismo / comunismo nunca terem sido praticados de acordo com as teorias marxistas, ou seja, em todo o mundo, ficam de mãos atadas aqueles que possam vir nos criticar, afirmando que o comunismo, não passa de uma releitura do nazismo e de outros regimes ditatoriais, muito pelo contrário, venhamos a convir que o comunismo, dentre todas as suas funções políticas, moralizadoras, e doutrinais, seus maiores objetivos são proporcionar o bem comum e socializar a idéia de política e justiça entre a população.

Mas e Portugal, e Cuba? Em Portugal, a socialização dos meios de produção após a Revolução dos Cravos atrasou ainda mais o relógio econômico e social do país europeu mais retrógrado da época (anos 70), e os próprios portugueses chutaram os comunistas para fora do poder anos depois. Em Cuba, o embargo econômico estadunidense só bloqueou investimentos norte-americanos. A Europa e outros países da América continuaram investindo, nas poucas áreas que permaneceram abertas à economia privada. Se o país está na pior hoje, a culpa é da sua liderança, não de fatores externos. E a Coréia do Norte? Ora, você ainda vai dizer que a Coréia do Norte é um país comunista?
Realmente, todos os três países acima citados fizeram uma experiência com o comunismo, mas, novamente, esqueceram dos fundamentais princípios do marxismo, pois não é possível que uma nação possa ser propriamente comunista, antes mesmo de passar pelo estágio socialista, que sumariamente, vai estatizar todas as empresas privadas, este seria o alicerce para a consolidação de uma verdadeira economia comunista, que para muitos pode parecer injusta, porque não nos dá necessariamente o direito de sonhar, ao contrário do que acontece no atual regime capitalista, que não se cansa em ostentar a magnificência dos bens de consumo, nos seduzir à personificação dos valores e principalmente, alimentar nossos sonhos, porém quem garante que esses sonhos serão realizados? Pois é. Já com o comunismo é diferente, as pessoas não precisam necessariamente sonhar, mas todos terão os mesmos direitos, direitos estes de viver numa sociedade justa, ter condições dignas de trabalho, onde comprovadas suas necessidades um médico pode ganhar a mesma quantia que o pedreiro. Os partidos esquerdistas, de fato, são a solução para a Eurásia, já que esta surgirá como novo Império mundial, quando os Estados Unidos padecerem completamente pela crise, considerando que todo Império tem seu início, expansão e decadência, acho que os EUA não vão manter a hegemonia por muito mais tempo. Se não for instituída uma política socialista na União Européia, provavelmente estaremos sujeitos aos regimes fascistas e nazistas novamente, já que os antivalores, como a xenofobia e a intolerância estão em ascensão. Julgo ser o Socialismo o primeiro passo para uma política mais justa.

Agora, voltamos nossos olhares para os acontecimentos do nosso país.

Na Guerrilha do Araguaia, as forças do Estado venceram. Não sei se os guerrilheiros teriam sido menos violentos com os prisioneiros, se tivessem vencido no Araguaia. O que aconteceu no Vale do Ribeira (aqui pertinho de São Paulo), em Cuba, no Peru, no Camboja e em muitos outros lugares, prova que guerrilhas comunistas foram ainda mais sanguinárias do que as forças governamentais que as combateram.
A Polícia Militar de São Paulo tem os guerrilheiros comunistas entalados na garganta há 40 anos, por ter passado por uma situação dessas: um pelotão de PMs caiu numa emboscada e foi capturado pelos guerrilheiros de Lamarca. O tenente comandante se ofereceu para ficar como refém, se seus soldados fossem libertados. Dias depois ele foi executado por Lamarca, em ato aplaudido até hoje pelos simpatizantes de um eventual regime comunista no Brasil. Lamarca, o “herói”, é endeusado pela mídia “esquerdoza”. Hoje, o tenente é uma foto a mais no quadro de honra dos mortos da Academia da PM. Por falar nisso, não vamos nos esquecer do Sargento Mario Kozel Filho, do Exército Brasileiro. Ele tinha 18 anos quando morreu, vítima de um ataque terrorista com carro-bomba no Quartel General do II Exército em São Paulo.

Acredito estarmos convergindo ao pensar que a ditadura militar brasileira deixou saldos negativos para a população, tanto financeiramente quanto na questão humana, pois o regime militar deixou como legado ao nosso país dívidas intermináveis e milhares de mortos, feridos, mutilados, exilados e etc... além disso, como podemos explicar a morte de tantos inocentes, assim como a do Sargento Kozel? Enfim, a ditadura militar também pode ser considerada como uma das piores tragédias humanas da história do Brasil.
Quanto aos guerrilheiros comunistas promotores da desordem, do terror e da subversão, lanço a seguinte pergunta: será que os mesmos eram verdadeiramente dignos de serem intitulados comunistas? Claramente que não, porque os verdadeiros guerrilheiros comunistas, agiam embasados no senso comunitário, não precisavam de armas para lutar contra o regime opressor, pois tinham também o senso crítico e a capacidade de dialogar para promover acordo. Os verdadeiros guerrilheiros comunistas foram inteligentes, deixaram um grande legado intelectual, de paz e perseverança para nossa juventude, exemplos: Che Guevara e Carlos Marighella. Os verdadeiros guerrilheiros comunistas nos encantaram com as suas letras de música, que esbofeteavam a ditadura com luva de pelica, exemplo: Chico Buarque.
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PERSONIFICAÇÃO DOS VALORES

Há que se explicar a origem e o por quê das desigualdades sociais e os “cárceres”, quais estamos diretamente condicionados a convergir, uma vez que ainda não temos nenhuma doutrina fortalecida o bastante para combater o capitalismo com lealdade e constância. Mas vale deixar devidamente esclarecido que a força transformadora e a iniciativa para lutar contra os capitalistas estão em nós mesmos, não precisamos esperar o capitalismo chegar a sua quarta e última fase, de pleno declínio, para nos manifestarmos, pois até então as conseqüências serão ainda mais devastadoras.
É muito simples combater o capitalismo, primeiro vamos blindar nossas mentes contra as ilusões e desinformações subversivas que os capitalistas nos enviam diariamente, seja através da mídia televisiva, escrita, falada, instantânea, e quaisquer outros meios de alienação existentes, dando seguimento à nossa luta contra o capital, vamos boicotar os produtos estadunidenses, mesmo que o nosso boicote não vá necessariamente enfraquecer as indústrias e as empresas dos EUA, mas será de grande importância conscientizadora, uma vez que servirá como denúncia e pressão para que tais empresas revejam suas atitudes e praticas, além de exercitar a consciência política nos seus funcionários, que terão melhores condições de trabalho e serão remunerados descentemente, e também nos consumidores, que serão ainda mais seletivos e preocupados em comprar produtos ecologicamente e socialmente corretos, ou seja, somente aqueles que não são provenientes de matérias-primas agressoras ao meio-ambiente e que não utilizaram trabalho escravo em nenhum setor da sua industrialização, desde a obtenção da matéria prima até a comercialização. Assim se exemplifica o interesse pelo senso comunitário em prol do bem comum, a formação de uma consciência social e um processo cultural partilhado com responsabilidade.
Vários estudiosos já explicaram a supremacia do social sobre o indivíduo. Émile Durkheim dizia que indivíduos e grupos integram-se por meio do trabalho, porém Karl Marx afirmava que há uma separação entre os interesses privados e os da sociedade. Tal consideração feita por Marx, em pleno século XIX, atualmente cai como uma luva na conjuntura social do mundo capitalista qual estamos impostos.
Pode-se arrogar a personificação dos valores e a ascensão do regime capitalista à falta de senso comunitário e o desrespeito que a sociedade tem consigo mesma, assim, sendo incapaz de orientar-se pelo expoente da coletividade, porque os princípios do bem comum foram negligenciados. Dessa forma serão gerados conflitos intermináveis, não haverá acordo entre as pessoas, entre as nações e entre os governos, então o capitalismo fica refém da sua própria armadilha, pois criara um sistema impiedoso e insustentável, cujo exemplo mais claro do seu declínio é o Império Estadunidense, que teve sua fase de construção, expansão, e agora está condenado ao natural processo de decadência.
Devida a extrema dificuldade que a população tem de conciliar os interesses particulares e os comuns, estamos vivendo numa sociedade cada vez mais adepta dos padrões estadunidenses de consumo, cujo sentimento de um mundo social não é partilhado com responsabilidade, indícios fortíssimos da falta de senso comunitário e da massificação da população que está passando por um evidente processo de individualização.
O principal problema do capitalismo e da personificação dos valores é a geração de desigualdade social, pois existem indivíduos que se incluem nos fluxos do consumo exacerbado, mas por outro lado, a grande maioria está marginalizada, desprovida do consumo, até mesmo do básico e essencial para sua sobrevivência. O sistema capitalista precisa gerar desigualdade social para a sua sobrevivência, mas até que ponto pode-se cultivar essa ideologia de que o pobre tem que ficar cada vez mais pobre? Até o ponto de somarmos 90% de miseráveis pelo mundo inteiro, talvez? E é justamente isso que custamos a entender, que o capitalismo é um sistema que não inclui em seus planos a sustentabilidade, o senso comunitário e muito menos o bem comum, então, cedo ou tarde os capitalistas serão vítimas de sua própria ganância.
Seria justamente a ausência do senso comunitário que se acentua as desigualdades sociais, fazendo com que o banditismo e a corrupção imperem.
Numa sociedade capitalista, tende-se a fazer do indivíduo a personificação das relações sociais de produção, os valores são totalmente negligenciados, e as pessoas são rotuladas pelo que possuem em bens materiais e não pelo que realmente são, na sua dimensão humana e espiritual.
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RELIGIÃO X CONFLITOS

A religião segue uma tendência lógica necessária que viabilizou a sua disseminação por todo o mundo e entre todos os povos, que encontraram e encontram na religião, como tradição familiar, uma forma de explicar aquilo que parece impossível de ser entendido puramente pelo racional humano, como estas indagações: “por quê morremos?”, “para onde vamos?”, “de onde viemos?”, “existe vida após a morte?” e etc... que são as mais comuns inquietudes humanas. Além disso, a religião exerce uma forte influência moralizadora sobre os indivíduos.
Muitos acreditam que as religiões servem tanto para libertar, quanto para alienar as pessoas, mas isso não passa de um equívoco, já que a verdadeira religião, relacionada diretamente com o ser transcendente só tem uma finalidade, que é fazer o bem.
Por outro lado as religiões podem se apresentar em forma de tradição familiar, o que não seria desagradável se houvesse tolerância e respeito em todas as situações de divergência entre crenças, aliás, imagine como deve ser complicado um cristão e um espírita conviverem debaixo do mesmo teto, por exemplo. Em suma, a tradição religiosa familiar marca os indivíduos com valores, que os mesmos carregarão por toda a vida, mesmo que a sociedade do consumo possa estereotipa-los, eles sempre serão nosso resguardo, que nos reverterá ao nosso âmago interior para resgatar os valores e ressuscitar a moral.
Anteriormente citamos o problema da intolerância quanto a diversidade religiosa, para tanto, está previsto no artigo XVII da Declaração Universal dos Direitos Humanos, que as pessoas têm o direito a ter uma religião e até mudar de religião, se assim quiserem. Mas podemos analisa-lo como um equívoco cometido por aqueles que realmente não respeitam as particularidades do ser humano, portanto a religião pode se sentir negligenciada, pois de acordo com a ordem natural, subentende-se que as religiões exercem a moralidade nos indivíduos muito antes da lei. Por outro lado, se todos respeitassem algo tão sublime e perfeito (transcendente), não haveria tal necessidade de leis humanas que regulamentassem e garantissem a liberdade religiosa, então, concluí-se que está ocorrendo uma total inversão de valores, a religião não está sendo devidamente considerada como fator fundamental nas relações sociais, em suma, os valores estão passando por um processo de personificação.
Todas as pessoas têm algo em comum, embora sejam diferentes na forma de agir, pensar, sentir, conviver, se relacionar e compreender o mundo, mas em primeiro plano, a religião é que nos dá o entendimento de todos esses fatores e outros também muito importantes, como: política, vida em sociedade e felicidade, que são partes integrantes da dimensão religiosa do ser humano, que se tornou diferente dos animais irracionais, justamente pela capacidade crítica, e é especialmente essa atitude crítica, adjunta a religião, que torna os homens uns diferentes dos outros, mas que buscam igualmente na dimensão divina as respostas verdadeiras sobre si mesmo e suas capacidades quanto agentes transformadores da sociedade.
A família como primeira e mais importante instituição social a qual pertencemos nos influencia muito na questão religiosa, mas com o tempo podemos nos divergir do que a mesma tem como tradição a partir do senso crítico e da tolerância, que devem ser os princípios mais exercitados em ambas as partes, já que a religião também nos dá essa alternativa de convergir e divergir, daí surge a capacidade humana de estar em constante aprendizado, somando valores.
Muitos acreditam que a religião pode ser usada tanto para fazer o bem, quanto para fazer o mal, tanto para a libertação, quanto para a manipulação, mas será que algo tão sublime como a religião teria outra finalidade se não fazer única e exclusivamente o bem? Uma vez sabendo que o objetivo das religiões é pregar a paz e a bondade, temos respaldo suficiente para afirmar que as seitas pregadoras da desonestidade e da subversão, de maneira alguma podem ser chamadas de religiões, que têm relação com o ser transcendente.
Por isso, tende-se a atribuir às seitas extremistas que pregam a subversão, os atos violentos, os atentados terroristas e as guerras religiosas, ou seja, tudo isso caracteriza os frutos da intolerância, da xenofobia e do hedonismo.
Segundo o capitalismo, é conveniente que existam as guerras religiosas, que existam pessoas que saem às ruas matando seus semelhantes em nome de Deus, e que haja uma supremacia religiosa. Mas cedo ou tarde, há de se explicar o por quê da existência dessas pessoas que matam em nome de Deus e que personificam a “religião”, transformando-a em alienação.
Realmente, a todo o momento estamos correndo o risco de perdermos nossa identidade religiosa e sermos influenciados pelos meios de comunicação à massificação dos valores, que estão refletindo diretamente nas péssimas relações sociais, pelas quais somos os maiores responsáveis, pois o uso predatório e hedonista da “religião” está plenamente de acordo com os padrões ditados pelos Estados Unidos, que nos obrigam a nos transformarmos em seres individuais, ilusoriamente, acima dos fluxos sociais e divinos.

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A IMPORTÂNCIA DOS ESCRAVOS PARA O DESENVOLVIMENTO DAS SOCIEDADES

Alguns pretendem que o poder do senhor é contra a natureza, que se um é escravo, e outro livre, é porque a lei o quer, que pela natureza não há nenhuma diferença entre eles e que a servidão é obra não da justiça, mas da violência. A família, para ser completa, deve compor-se de escravos e de indivíduos livres. Com efeito, a propriedade é uma parte integrante da família, pois sem os objetos de necessidade é impossível viver e viver bem. Não se saberia pois conceber lar sem certos instrumentos. Ora, entre os instrumentos, uns inanimados, outros vivos... O escravo é um instrumento vivo. Se cada instrumento pudesse, por uma ordem dada ou pressentida, executar por si mesmo o seu trabalho, como as estátuas de Dédalo ou os tripés de Hefaístos, que, segundo Homero, dirigiam-se em marcha automática, às reuniões dos deuses, se as navetas tecessem sozinhas... então os chefes de famílias dispensariam os escravos... O escravo é uma propriedade que vive, um instrumento que é homem. Há homens assim feitos por natureza? Existem homens inferiores, tanto quanto a alma é superior ao corpo, e o homem ao bruto; o emprego das forças corporais é o melhor partido a esperar do seu ser: são os escravos por natureza... útil ao próprio escravo, a escravidão é justa.
Aristóteles. Política (fragmento). In: FREITAS, Gustavo de. 900 textos e documentos de História. Lisboa, Plátano, 1977. p.70.
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Sem dúvidas os alicerces para a construção da sociedade moderna foram os escravos. Por serem exatamente a base das sociedades, desde a antiguidade, os escravos trabalhavam duramente para sustentar uma elite aristocrática, além disso, foram importantes para o desenvolvimento de todas as atividades econômicas, na Grécia e Roma Antiga, pois ocupavam quase todas as funções existentes. Estavam presentes desde a burocracia à construção de obras públicas. Também estavam diretamente ligados ao desenvolvimento cultural da população, pois eram responsáveis pela educação dos filhos da elite, atuando como pedagogos.
Portanto, é fato que, os escravos foram os indivíduos que mais contribuíram para a ascensão das sociedades, por outro lado, é evidente que seus feitos, nunca carregaram seus nomes. Em especial, na Grécia Antiga, os escravos exerciam funções indispensáveis, como: administradores, construtores de obras públicas e até educadores, mesmo assim, não lhes fora garantido o direito à cidadania e infelizmente, continuaram a ser propriedade dos eupátridas (elite grega, ‘bem nascidos’), ou seja, “coisas”, seres inanimados e sem sentimentos.
Quanto a questão política, os escravos contribuíram diretamente para o surgimento da “democracia” ateniense, pois os mesmos constituíam a base que movimentava a economia da sociedade, lembrando que o trabalho era considerado indigno pela elite de eupátridas, que por sua vez, se dedicavam única e exclusivamente ao ócio e a filosofia, porém isso criou condições para o surgimento da idéia de discussão pública, que veio a evoluir para o conceito de política e “democracia”, na qual somente os cidadãos com posses de terras podiam se agremiar. Entretanto, há uma controvérsia fortemente implícita nesse conceito de democracia e cidadania ateniense, já que só eram considerados cidadãos os aristocratas, os comerciantes, os artesãos e os pequenos proprietários. Portanto, excluíam-se desse grupo, estrangeiros, escravos e mulheres, ou seja, cerca de 90% da população grega não era considerada cidadã. Agora, tamanha tirania, exclusão e xenofobia, podem caracterizar uma política democrática (o governo de todos, ou da maioria)? A resposta é não, pois os princípios básicos e essenciais da verdadeira democracia, que são: discussão pública e senso comunitário foram covardemente negligenciados por uma elite que se privilegia de uma hegemonia aristocrática. A “democracia”, por se tratar de um sistema de governo que se instituíra sobre alicerces defasados, seria a forma mais coerente e, sobretudo eficiente de se governar nos dias de hoje? Dessa vez a resposta não é tão simples, mas subentende-se que a democracia, realmente não é a melhor forma de governo a se adotar atualmente, por outro lado, até agora, não temos armas fortes o bastante para combater a democracia e principalmente, o pior de todos os inimigos: o capital. O comunismo fica de mãos atadas diante dessa situação, pois é exatamente nos momentos de crise que esperamos uma resposta mais concisa e consciente da população, além de forças reacionárias, mas contraditoriamente, nos momentos críticos, a população busca conforto criticando o sistema e se entregando aos meios de alienação, que cumprem com excelência o papel de silenciar o grito de fúria dos cidadãos conscientes, que esperam sedentos um instante, uma brecha sequer, para exalar a força transformadora. Sem sombra de dúvidas o nosso anseio por mudanças, pode ser atribuído como herança dos escravos que também sofriam diversas privações pelo sistema opressor, que nunca perde tempo e vai logo estudar várias formas de estender suas influências sobre a população, que além de ter perdido a liberdade física, já há muito tempo, está mais do que nunca, perdendo a liberdade de pensamento também.
Em suma, é extremamente importante que se quebre essa ideologia, que Aristóteles ilustra muito bem, como a existência de “... homens inferiores, tanto quanto a alma é superior ao corpo, e o homem ao bruto; o emprego das forças corporais é o melhor partido a esperar do seu ser...”, além de que, segundo o mesmo, naturalmente não existem seres humanos diferenciados, o que fica devidamente esclarecido ao analisarmos o processo qual somente se tornavam escravos aqueles povos que perderam batalhas importantes e conseqüentemente, são submetidos a serem espólio de guerra dos vencedores, não havendo distinção entre as pessoas, uma vez que, ricos e pobres, se tornavam escravos da mesma forma. O que necessariamente não aconteceu e não acontece em nosso país, onde a justificativa para a escravização de um indivíduo está na cor de sua pele. A partir desse ponto de vista a escravidão comum das sociedades grega e romana, não se trata de uma injustiça, mas cremos que atualmente, não convém qualquer tipo de trabalho escravo.
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quinta-feira, 11 de junho de 2009

A POLÊMICA DAS AÇÕES AFIRMATIVAS

Ações afirmativas, um tema que vem ganhando muita repercussão nos últimos meses através de diversas discussões políticas realizadas em todo o Brasil. Muitos alegam que as cotas para estudantes negros em universidades são uma questão de inclusão e igualdade social. Além do mais, a população negra já sofreu muito com a escravidão e merece ser abonada com as tais cotas.
Não vamos ser hipócritas e afirmar que vivemos numa sociedade livre do preconceito, mesmo que, isso seja justamente a utopia que tanto almejamos, mas venhamos a convir que as ações afirmativas não passam de um preconceito ao contrário, ou melhor, essas cotas são puro nazismo, pois a partir de um vago e superficial entendimento sobre eufemismo, enxergamos o estereótipo e o maléfico interesse político e partidário que há por trás desse projeto de cotas.
A solução não é desacreditar na população negra do nosso país, mesmo que a ideologia das ações nos deixe subentendido que os negros não têm capacidade de serem aprovados num concurso de vestibular, assim como as pessoas de outras etnias, aliás, vale ressaltar que a partir do projeto genoma, que mapeou os genes humanos de várias etnias diferentes, comprovou que não há quaisquer diferenças físicas ou intelectuais entre negros, pardos, amarelos, vermelhos e brancos.
As ações afirmativas ressaltam que a pobreza e a incapacidade têm cor, o que não é verdade de maneira alguma, pois há negros que têm condições financeiras para estudarem em ótimas instituições universitárias particulares, ou até mesmo bancarem um bom curso preparatório, a fim de conseguirem aprovação no exame vestibular e ingressarem numa universidade estadual ou federal de qualidade.
Também é de extrema indignação sabermos que algumas pessoas que se beneficiaram com as ações afirmativas, depois de conseguirem uma vaga numa universidade, perguntamos se elas se consideram negras, e a resposta é surpreendente: “Não, não me considero, só afirmei ser negro (a), justamente para me beneficiar das cotas.

Por outro lado, existem pessoas, consideradas brancas, que não têm como cursar uma faculdade, por isso, ressaltamos a importância de cotas sociais nas universidades, regidas por clausulas justas e livres de preconceito, onde negros, pardos, brancos, vermelhos e amarelos que não têm condições custear sua graduação e não obtiveram êxito no exame do vestibular, possam ter oportunidades iguais de cursar uma universidade.
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terça-feira, 2 de junho de 2009

A DITADURA MILITAR NO BRASIL

O período do regime militar pode ser caracterizado como um dos mais cruéis e sangrentos acontecimentos que marcaram a história não só do Brasil como de toda a América Latina, que fora e continua sendo alvo dos interesses estadunidenses e especulação por parte de todos os países desenvolvidos, que vêem nos países latinos uma mina de ouro e um mercado consumidor com grande potencial emergente.
Após o Golpe Militar de 1964, fora instituído o regime ditatorial no Brasil, foi um período de grande repressão e total falta de liberdade de expressão, pois havia a censura, que não permitia aos meios de comunicação informar a população sobre o que realmente acontecia em nosso país; que pessoas eram cruelmente torturadas e mortas, muito pelo contrário, o governo militar investia pesado em propaganda pró-ditadura, um bom exemplo é o futebol e as novelas, por isso se perguntarmos para uma pessoa que viveu no período do regime militar se ela gostava ou aprovava os governos, na maioria das vezes ela dirá que sim, pois naquela época se tinha segurança, se ganhava dinheiro e etc; o que não passa de uma grande mentira, já que nesse período o Brasil contraiu muitas dívidas justamente em razão de manter o forte policiamento armado nas ruas, portanto, o saldo que temos da ditadura, se resume em mortes, dívidas e tortura.
Outro ponto que deve ser devidamente esclarecido é a história do bolo, que representava o dinheiro e as riquezas produzidas pelo Brasil, que primeiro iria crescer e se multiplicar para depois ser divido entre toda a população, também não passa de uma mentira, porque até hoje não recebemos nossa fatia do bolo, que por sua vez, deveria ser bastante generosa.
Logo depois do Golpe Militar formaram-se duas alianças “democráticas” extremamente conservadoras, que constituíram os únicos partidos políticos que existiam na época. Então, prontamente já começaram a impor uma série com quatro Atos In[cons]tituicionais que não se limitaram em podar cada vez mais os direitos dos cidadãos:

  • AI – 1: Proíbe a candidatura de políticos opositores ao regime militar;
  • AI – 2: Suprimiu as eleições diretas, garantiu o direito de fechar o Congresso e declarar Estado de Sítio;
  • AI – 3: Decretou o fim das eleições diretas para governador;
  • AI – 5: Concedeu plenos poderes aos militares.

Tudo isso, além da Lei Falcão, que impediu os políticos opositores de fazer propaganda partidária eleitoral na mídia.
Com o AI – 5 pela gestão de Garrastazu Médice, a ditadura inicia mais uma fase, que fora denominada “Linha Dura”, devidamente caracterizada pela total falta de liberdade de opinião e expressão e pela intensificação das torturas aos opositores, que eram castigados tal como, ou até pior que terroristas perigosos, assim sendo chamados pelos militares. Alguns reacionários temendo a tortura e a morte partiram ao exílio, dentre eles estão artistas famosos, como: Caetano Veloso, Chico Buarque, Gilberto Gil, o saudoso Raul Seixas e etc.
Dentre os vários abusos cometidos durante a ditadura militar, devemos ressaltar e fazer uma discussão mais ampla quanto a liberdade de expressão, que não fora sequer respeitada pelos governos autoritaristas, que sufocaram os meios de comunicação e taparam covardemente a boca da população, impedida de expressar sua opinião e fazer valer seus ideais de transformação. Intuitivamente, a partir da liberdade, podemos defender com total afinco nossos ideais e garantir o direito de sermos ouvidos, mas para que isso aconteça, temos que nos livrar da alienação e valorizar a peleja daqueles jovens que lutaram com bravura para que hoje possamos desfrutar dessa mínima liberdade que ainda temos; está em nossas mãos o poder de concluir o que os jovens militantes contra a ditadura começaram, nas décadas de 1970 e 1980.
Ainda em relação aos meios de comunicação, a ditadura militar foi presente o tempo todo, através da censura que sufocava a voz dos jornalistas, inibindo a população de receber uma notícia de qualidade e livre de estereótipos; diga-se de passagem, até hoje não temos ao nosso alcance a liberdade de expressão, quanto a mídia, ainda vivemos numa ditadura, já que não houve a democratização dos meios de comunicação.
Para conseguirmos reverter essa situação de calamidade informativa, devemos investir na mídia alternativa e contribuir com o nosso apoio e audiência a jornais e revistas que têm um posicionamento ideológico esquerdista, como a revista Caros Amigos e o jornal Brasil de Fato, que de forma eficiente, criticam a política e a organização econômica do país, sem deixar de informar e apresentar soluções para as problemáticas abordadas.

Agora, encarecidamente, faço meu último apelo às autoridades [in]competentes, que em respeito a todos os brasileiros e principalmente, em respeito e satisfação às famílias dos reacionários vitimados durante o regime militar, que seja quebrada a Lei de Anistia, e que se permita investigar devidamente os documentos arquivos referentes à ditadura, uma vez que somente os militares e torturadores foram anistiados, por outro lado, os torturados e suas famílias, continuam injustiçados, porém mantêm vivo o sentimento de que a justiça será feita.

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segunda-feira, 1 de junho de 2009

A TRAGÉDIA DA FOME

A fome, realmente, é algo preocupante, ou melhor, revoltante. É inacreditável que enquanto estamos esbanjando alimento, muitas pessoas, infelizmente, estão nas ruas, revirando o lixo na esperança, que supera a vergonha, de garantir meio aos detritos a sua refeição diária.
É uma experiência de plena indignação nos depararmos com a realidade da fome em pleno século XXI, uma vez que ainda está consolidada na mente das pessoas que o fato de existir indivíduos que vivem abaixo da linha da miséria é comum; e a esses que acreditam que a fome de uns é o valor justo a se pagar para que as classes mais abastadas mantenham sua categoria e não precisem abrir mão de suas futilidades, eu lanço a seguinte pergunta: em qual código de leis, em qual Constituição está escrito que é permitida a fome e que a mesma não passa uma conseqüência, portanto uma naturalidade? Daí, vemos que a fome é injustificável, e que nós estamos aqui para ajudarmos uns aos outros, e como podemos prestar essa ajuda? É muito simples, mas não basta apenas dar de comer aos 36 milhões de brasileiros famintos, primeiro é preciso que haja uma reforma agrária, que proporcionará condições, onde os miseráveis desenvolvam a agricultura familiar para o fim de sua própria subsistência e como atividade financeira também, já que o excedente da colheita poderá comercializado por esse pequeno agricultor, que de sem-terra, passou a fazer parte da população economicamente ativa do país. Se os projetos de reforma agrária forem devidamente executados, dentro de poucos meses teremos um Brasil com menos famintos, e muito mais produtivo.
Lembrando que se nos pautarmos a partir dessa gestão da reforma agrária e extirpação das grandes propriedades privadas, criaremos condições iguais para todos os brasileiros e assim reinará a justiça, os direitos e os valores, já que a competição e o consumismo típicos do regime capitalista serão extintos. Nesse caso em específico as condições políticas nos levam a concluir que a reforma agrária é a base da transformação, já que estamos trabalhando a problemática da fome.
De acordo com as argumentações anteriores, considera-se que a fome é uma das faces mais assustadoras das calamidades do século XXI, que mata uma criança a cada cinco minutos, somente no Brasil, isso sem contar que juntamente com a desnutrição, leva o indivíduo a diversas doenças causadas pela falta de vitaminas, proteínas e sais minerais, como a anemia, sem falar nos transtornos mentais e psíquicos de que sofrem os famintos que chegam a total loucura, justamente por passarem dias e dias sem comer e fatalmente não têm a mínima idéia de quando será sua próxima refeição.
Por outro lado, existem aqueles que mesmo flagelados com o mal da fome, não se esquecem da religiosidade e do ser transcendente, colocando na fé suas esperanças de que o sofrimento não perdurará por muito tempo. Mas isso não é o suficiente, vamos impor nossa opinião, cobrar diante dos nossos representantes, que por sua vez, contribuem diretamente para que sejamos “contemplados” com a injustiça que paira soberana nos céus da Pátria. Vamos fazer valer nossas reivindicações, o nosso sofrer e o nosso penar, mesmo que isso nos leve a atitudes extremas, então, estão todos convidados a participar da desobediência civil, da rechaça aos apolíticos e aos moralistas vendidos e corruptos.
Mas não se esqueça, que a cada cinco minutos, morre uma criança vítima da fome, portanto, ao terminar de ler esta publicação uma criança já terá morrido.

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